Acho que ando com problemas. Eu sou uma pessoa super fria e ultimamente ando tão sentimental. As coisas simples, sem nobreza nenhuma andam me agradando tanto. Tenho gostado de elogios, coisa que eu preferia não ouvir. Somos tão vulneráveis, oscilamos tanto de humor, a transitoriedade não é apenas do mundo, é de nós mesmos, é subjetiva. E somos tão cegos quando dizemos que ciclano inconstante, se pararmos pra pensar todos nós somos. Só oscilamos com frequências diferentes, afinal, somos singulares. Acho que estou bem, cheguei ao ponto de quase conseguir fazer um poema hoje... Não sei escrever poemas.
As palavras parecem que andam me perseguindo, ouço algo interessante tenho uma vontade enorme de passar para o papel, de deixar a mente fluir, de concretizar a ligação entre meu cérebro e a minha mão. O ano nem acabou, as realizações não foram efetivadas, mas eu vejo nitidamente a sua dualidade. Marco de julho, exatamente uma antes, outra depois. As palhaçadas andam aparecendo sem muito esforço, tenho gostado de escola, tenho conversado com gente que nem ousava falar, tenho gostado de contato. Isso é muito estranho, mas vou me permitir uma vez na vida curtir o que se passa comigo, no presente, sem pensar no tombo que talvez possa chegar no futuro. Sem problemas, descobri que sou capaz de reverter situações desfavoráveis. O futuro eu sou capaz de modificar e escrever diferente.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Não preciso de título.
Descobri uma nova paixão:
Cecília Meireles. Não resisti e tive que colocar esse poema aqui, talvez porque se encaixe perfeitamente a mim.
"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno."
Cecília Meireles. Não resisti e tive que colocar esse poema aqui, talvez porque se encaixe perfeitamente a mim.
"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno."
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
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O ser humano além da não utilização adequada e circunstancial da linguagem, não sabe também interpretá-la. Não sei se já pararam um minuto para pensar ou vivenciaram situações nas quais uma interpretação errada do que foi dito pode ter como consequência o fim de ilusões ou coisa pior. Por que queremos tanto ver além do que é dito, fazer duplas interpretações? Analisamos poemas, letras de canções, cartas ou até simples conversas; queremos mais que a objetividade, chegamos as vezes a distorcer falas para adequa-las ao que necessitamos no momento. Nós somos carentes, necessitados de afeto, palavras significativas, diálogos, frases que mostrem como somos importantes... Não quero parecer extremista, embora saiba que talvez seja pois os sentimentos, mesmo que não notemos, são radicais e quando escrevemos inevitavelmente isso transparece. Mas fato é que atualmente o tempo tem nos tomado algo que não devia ser colocado em segundo plano: o contato. Estamos tão vazios que manipular a linguagem ao nosso favor foi a forma encontrada para em 5 minutos desfrutarmos do tato acolhedor, do prazer de termos significado. Como seria bom termos o dom - embora acredite que realmente na sua existência - de pausar o tempo para realizarmos alguns ajustes de forma concreta, não banalizando a linguagem, antes que seja tarde de mais. O que realmente precisamos é de sintonia.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Entrelinhas Pessoais
Eram cerca de 6 horas, me encontrava no ponto do ônibus e embora fosse horário de pico, todos saindo do trabalho, sentada naquele banco se si via eu e meus pensamentos. Ao redor, conseguia ver toda cidade se mexendo, agitada, com todos os faróis de carro, ônibus e caminhões. Apesar de toda essa movimentação, no raio em meu entorno tudo estava intacto e vazio. Passavam alguns ônibus, cada um com um tipo de passageiro, uns com estudantes outros com trabalhadores braçais... Mas nenhum parecia ser capaz de me levar a algum destino atrativo, as rotas não coincidiam com meu estado de espírito. Eis que consumida pelos meus pensamentos ouvi uma voz ao longe:
- Olá, será que poderia me informar se o ônibus para o Bonfim já passou?
Nunca tinha me deparado com aquele homem, era uma figura interessante. Não respondi, mas lembro-me bem que sentou ao meu lado. Começou a falar das coisas da vida, arte, filosofia, e tantas outras coisas racionais. Aquele homem fez o meu tempo de espera valer a pena, nem vi o tempo passar, estava tão hipnotizada que mal sabia o real motivo de estar ali. Contudo, parecia que após nossa conversa eu me sentia bem, completa, produtiva, mesmo que tenha durado não mais que vinte minutos. Um ônibus se aproximou, meu companheiro como se me conhecesse há anos me convidou para um café, um prolongamento daquela conversa que não tínhamos fazia tempo. Eu não tinha destino, objetivo ou qualquer rota pré estabelecida naquele momento. Sem hesitar apertei a sua mão e hoje tenho convicção de que não preciso ter arrependimento da conversa com este desconhecido amigo que me permitiu uma outra realidade que não a monotonia.
- Olá, será que poderia me informar se o ônibus para o Bonfim já passou?
Nunca tinha me deparado com aquele homem, era uma figura interessante. Não respondi, mas lembro-me bem que sentou ao meu lado. Começou a falar das coisas da vida, arte, filosofia, e tantas outras coisas racionais. Aquele homem fez o meu tempo de espera valer a pena, nem vi o tempo passar, estava tão hipnotizada que mal sabia o real motivo de estar ali. Contudo, parecia que após nossa conversa eu me sentia bem, completa, produtiva, mesmo que tenha durado não mais que vinte minutos. Um ônibus se aproximou, meu companheiro como se me conhecesse há anos me convidou para um café, um prolongamento daquela conversa que não tínhamos fazia tempo. Eu não tinha destino, objetivo ou qualquer rota pré estabelecida naquele momento. Sem hesitar apertei a sua mão e hoje tenho convicção de que não preciso ter arrependimento da conversa com este desconhecido amigo que me permitiu uma outra realidade que não a monotonia.
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