terça-feira, 28 de setembro de 2010

Hoje fiquei muito feliz com certos acontecimentos. Adoro ver gente jovem conquistando um espaço único no mercado de trabalho, ainda mais quando essa pessoa fez parte do meu crescimento enquanto estudante. Achei incrível ver que meu professor de português, por quem eu tenho uma enorme admiração está conquistando a tão sonhada realização profissional. Provavelmente não verei ele tão cedo depois do ano que vem, mas sempre na minha memória vou lembrar das contribuições que ele trouxe para minha futura vida profissional. Tive um amigo e sei que terei a figura de um grande conhecedor da linguagem e suas implicações por toda a vida. O que aprendemos e é significativo nunca é esquecido.

sábado, 25 de setembro de 2010

Desculpas

Sabe, existe uma teoria gramatical de que todo fato traz automaticamente uma explicação. Provavelmente isso é algo que só funciona no campo da linguagem, porque na vida nem sempre as coisas acontecem assim. Quantas coisas acontecem no nosso dia-a-dia e procuramos um motivo dos acontecimentos, mas nada parece se encaixar. É como um quebra-cabeça antigo, deixado em um baú, com peças faltando ou algumas estragadas. E parece que quando minha cabeça está a mil, pensando no futuro, no porque dos atuais acontecimentos do nada uma canção aparece pra apaziguar as coisas. Me mostra como tudo é passageiro, como a vida é cheia de idas e vindas. O mundo é tão transitório que eu prefiro não me apegar muito as coisas, porque o sofrimento depois é maior e de nada adianta querer o agora pra sempre. Ele nunca é eterno. Aliás, nada é eterno, não existe essa. Tudo efêmero e por mais que eu seja uma racionalista nata, em alguns momentos as coisas escapam da minha mão e isso não me faz bem. Ainda bem que eu tenho um bom senso de humor e sei levar as trapaças da vida na brincadeira. Se não seria bem mais amargurada do que já sou. Enfim, sentido não existe, meus sentimentos nunca tem sentido. Fica um fragmento da música que numa noite de sexta me deu um up, mesmo diante de tanto pessimismo:

"Nunca é difícil se fazer passar por outro rosto


Mas no meu caso eu estou ciente de farsantes loucos


Estou começando o meu caminho, aí decido hoje e sempre


Nunca se iluda faça só o certo, aproveite o momento"

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Para quê abstrações?

Uma das minhas características mais marcantes é o senso de observação e minha capacidade de percepção. Encho a boca para dizer estes meus atributos, mas muitas vezes sinto uma raiva enorme ao pensar neste presente de grego que os astros me concederam. Desculpem pelo tom pejorativo que 'grego' acaba de assumir acima. As coisas acontecem na minha vida e eu desfruto dos prazeres delas durante um intervalo mínimo de tempo, já que meu complexo pela realidade e a intensa mania de observar, avaliar e perceber, nesta sequência, corrompem as minhas abstrações. Odeio ideias abstratas, utópicas, porque são impossíveis de concretização, fogem do plano palpável. Elas são capazes de criar a mente dos romancistas, que idealizavam tudo e viviam neste mundo de admirar e se satisfazer apenas com essa migalha fantasiosa. Muitos defenderiam o mundo das fantasias "nele você pode ser quem quiser", "na imaginação tudo é possível". Uma ova, recorra a realidade, pense no concreto por um minuto que ele te mostrará que tudo isso não passa de idealizações da sua mente. Mas o que me deixa mais indignada é pensar -e agora caio em uma completa incoerência - que eu termino este texto, a raiva passa, as abstrações aparecem maliciosamente novamente e uma hora meu instinto de realismo me dará uma nova rasteira onde o tombo mais uma vez será grande. Enfim, é um ciclo vicioso inevitável.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sempre fora uma mulher fria, não mostrava sentimentos. Se ia a um velório, permanecia intacta, não derramava uma só lágrima, até mesmo quando o morto era algum parente próximo. Nunca, sempre mantinha a racionalidade. Tivera uma vida difícil, criada em fazenda, sem muita oportunidade de estudo, mas tinha uma inteligência que nenhuma escola seria capaz de desenvolver, a não ser a vida.
Quando jovem, cultivava uma arte: a dança. Adorava ir a bailes e ali permanecer até quando fosse possível, deliciando o bolero com bons parceiros. Era a alegria de sua juventude e foi nesta alegria que encontrou o companheiro eterno de sua vida, pelo menos eterno enquanto o amor durou.
Fazia cerca de doze anos, era viúva. Não contrariando sua personalidade, mantinha no guarda-roupa apenas uma camiseta azul de seu marido. Quando a saudade chegava a um limite impossível de manter a aparência sólida, discretamente pegava o cabide, sentia o cheiro de seu homem, relembrava bons momentos e voltava aos seus afazeres.
Hoje encontrava-se ansiosa, já que para ela era importante prestigiar os eventos culturais que sua irmã mais velha promovia. É possível perceber o porque dessa atitude, sendo sua irmã, sangue do seu sangue, ela via tudo que um dia sonhou em ser na vida nela e se sentia realizada com suas conquistas, era como um reflexo.
A família toda daquela senhora a acompanhou ao evento. Ali ela encontrou suas duas irmãs, ambas casadas e de súbito uma nostalgia tomou conta do seu ser. Isso era visível apenas por quem a conhecesse muito bem, talvez por alguém que estivesse grandes semelhanças com aquela jovem senhora.
Ao longe, como um fundo musical, um bolero tocava e criava no ambiente um contexto de décadas passadas. Dois casais, no espaço em frente ao palco, flutuavam em uma dança intensa. A senhora se virou e em seus olhos se via uma explosão de sentimentos. Talvez saudades, pezar, mas acima de tudo uma alegria de se imaginar também ali, nos braços de alguém que outrora lhe proporcionara as danças mais belas de sua vida...


Foi a única vez que vi o escudo no chão e uma lágrima dolorosa cair dos olhos de minha avó.

sábado, 4 de setembro de 2010

Clube de Leitura de Jane Austen

O texto de hoje é na realidade uma dica. Cheguei na locadora e tinha direito a um DVD brinde, diante de tantas opções 'água com açúcar', excelentes para uma sexta solitária e caseira, um me chamou a atenção pelo título: O Clube de leitura de Jane Austen. Na realidade nunca li nenhuma obra dessa escritora, mas acho os títulos dos livros muito interessantes. Peguei e confesso que não botei muita fé no filme, comecei a assisti-lo um tanto quanto neutra e me apaixonei. Ele é, digamos, um romance, no qual as histórias se constroem e refletem os livros de Jane. A trilha sonora é deliciosa, as personagens cheias de charme, com personalidades diversas e é claro uma divulgação incrível e descontraída de Austen. Plagiando, "Uma trama divertida e que funciona como uma engrenagem cuidadosamente montada." Tive uma vontade imensa de participar de um clube de leitura e estou altamente interessada em descobrir os segredos dos livros de Jane.
Fica a dica e a certeza de que uma leitura pode sim ser capaz de mudar circunstâncias e pensamentos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Minha grande amiga Marina Silva sacaneou comigo hoje. Os colégios Marista da província Brasil Centro-Norte, promovem uma campanha política maravilhosa, com debates com os candidatos e a primeira a ser escolhida resolve dar o bolo? Imprevistos... tá eles realmente acontecem, mas ainda assim é possível contornar as coisas. Fiquei frustrada. Pontualidade para um futuro presidente do Brasil - quem sabe - é algo importante. E consideração com os jovens brasileiros, os que mais apoiam ela, mais ainda. Depois de hoje, cogito a possibilidade de repensar meu voto.