segunda-feira, 11 de julho de 2011
Ao abrir a porta
Estou cansada da sua frieza, da sua falta de desejo e de como insiste em ser indiferente a tudo que já vivemos. Não percebe que odeio as suas frases prontas, o fato de dirigir a mim com um simples Bom Dia, Boa Noite, Vou trabalhar, Volto as 7... Quando nos conhecemos, os primeiros anos, pareciam sonhos. Vivíamos em uma constante descoberta, a sintonia era imensa a ponto de não precisarmos dizer uma só palavra, o toque, o beijo, o olhar já diziam tudo. E hoje você me vem com métodos tradicionais de trato social. Não! Eu quero que você entre pela porta da nossa casa e não diga nada, apenas me olhe e me envolva em um beijo quente. Nossos corpos unidos em uma dança cheia de compasso e você me conduzindo até o quarto. Beijos, carícias, transpiração, desejo... Na cama reviveríamos o que a muito estava frio entre nós, o desejo gritando a ponto de todos os objetos do quarto ensurdecerem. Gotículas de suor condensando no ar. Paixão. Ardência.Ato consumado e perfeitamente realizado. Ali, esticada em meio a lençóis, escutaria ao longe a televisão anunciar o próximo fim do mundo. Estaria com o espírito elevado demais para me preocupar.
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