Digamos que neste exato momento, estou eu aqui sem nada de muito importante pra fazer na Internet e escutando Ella Fitzgerald. Bom, a música as vezes inspira e eu me peguei em um raciocínio meio louco. Toda vez que escuto jazz é como se houvesse em mim alguma lembrança bem inédita, algo que nunca vivi, mas sinto. Então pensei, existiria em cada um algo parecido como uma 'memória histórica'? Nem eu sei explicar exatamente do que se trata isso, porém acredito que não devo ser a única que lembro de algo motivada por um passado comum, um certo senso coletivo. É de conhecimento superficial da maioria que o jazz tem suas raízes na cultura negra, mais precisamente na tradição afro-americana. Para escrever aqui, recorri ao Wikipédia (nem tão confiável) e de forma bem geral, trata-se de um sincretismo entre traços da tradição européia incorporada com a chegada dos africanos e do ritmo e instrumentos da própria cultura africana que sobreviveu ao processo de aculturação. Mas a questão é que talvez eu tendo não só o pé, como praticamente todo o corpo na senzala, sinto algo ao ouvir jazz, um remelexo e um estado de transe, o que de certa forma, bem restrita, confirma minha tese. É um excelente assunto para discutir com pessoas entendidas do assunto, como psicológos e cientistas sociais. Provavelmente descendentes de índios, de italianos, de japoneses teriam um certo prazer em ouvir músicas relativas às suas raízes. Desse modo, termino com a diva:
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
(in)completo?
Não consigo nunca me sentir 'completamente completa' e acredito que não sou a única no mundo. Esperei o ano inteiro pelos deliciosos 2 meses de férias e acreditando que chegaria em dezembro sem carregar nas costas o peso de não ter passado em nenhum vestibular. Bom, consegui enfim as duas coisas, mas sinceramente férias não me agradam. Acordo tarde, como dobrado, durmo a tarde quase toda ou estou no computador. O que se tem pra fazer quando estamos de férias e nao saimos da cidade para um passeio? Nada, realmente nada. Dizem que o ócio costuma aguçar a criatividade, isso talvez para os outros porque comigo não funciona. Talvez ler um livro, assitir a um filme, montar um quebra-cabeça... Mas férias te deixam com mais preguiça que o normal. Não gosto, queria muito, mas quando alcancei o gosto não foi dos melhores. O bom de não se sentir completo é so o fato de você nunca parar, estar caminhando no círculo... é do ser humano, querer, querer e querer novamente.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
É incrível a insistência da TV aberta em colocar programas interessantes em horário inacessível pela maioria dos telespectadores. Como é uma constante, não foi diferente com a nova série exibida as quintas-feiras, depois de Passione, A Grande Família ( que tem seu humor, excelentes atores, mas já está bem batida), Clandestinos e finalmente a esperada Afinal, o que querem as mulheres?. Em linhas bem gerais, o programa narra a história de um psicólogo que empenhado em sua tese de doutorado procura entender o universo feminino, mas vive na realidade a famosa dicotomia sorte no jogo, azar no amor. A série é simplesmente inovadora, partiu de uma pergunta extremamente comum e feita por muitos, mas conseguiu quebrar o óbvio ao fazer disso arte. Cenário místico, desorganizado bem como a vida da personagem principal, atores de grande gabarito e transmitido pra lá de meia-noite. Ainda bem que hoje, com a era tecnológica, torna-se possível assistir a um programa pelos sites como o YouTube. Está passando da hora de pararem com essa cultura massificada e promoverem uma REVOLUÇÃO na televisão brasileira. Sim está em maiúsculo porque é necessário quebrar completamente a ordem vigente, e não fazer alguns meros ajustes, o que se enquadraria como reforma. Para as mulheres, temos o charmosissímo e talentoso Michel Melamed, pessoa perfeita para o papel. Então, fica a deixa...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
E nem mesmo.
Desorganização vinda da iniciativa pública é algo inadmissível, ainda mais quando se pensa que a vida de milhares de estudantes dependem do fato. Erro de gabarito, erro em caderno amarelo, vazamento de tema de redações, uso de celular dentro das salas de prova... pera lá, existem documentos que devem ser cumpridos. Se exigem que eu, enquanto candidata, cumpra minuciosamente todos os termos que constam no Edital, como não usar borracha e lápis, é direito meu e acima de tudo dever, exigir que da parte deles as coisas também sejam cumpridas. Estão fazendo de algo que no papel promoveria a unificação do sistema de avaliação dos vestibulares de forma eficiente, avaliando a capacidade dos alunos de abstração e intertextualidade, uma perfeita palhaçada. E eles são prejudicados com isso? Definitivamente muito pouco diante de tudo que os alunos estão passando, isso desestabiliza qualquer um. Eu, como todos os estudantes do Brasil, quero que a questão seja resolvida da maneira mais justa possível.Contudo, sou surpreendida com o pronunciamento vindo do MEC, de quem se espera o conhecimento das questões jurídicas brasileiras, dizendo que se necessário for, as provas serão aplicadas somente para os alunos que se declararam prejudicados durante a prova de sábado. Agora eu ouvi uma perfeita baboseira. Igualdade de direito a todos, não a uma parcela restrita, que eu concordo plenamente que deve ser amparada, mas o que me garante que a prova não será mais fácil? Não tem essa de mesmo nível de dificuldade não. Questão de período regencial não é fácil pra mim, mas é para o meu concorrente. Se é assim, como eles calculam que uma questão tem o mesmo nível de dificuldade de outra? Isso é algo extremamente subjetivo, refere-se as aptidões de cada indivíduo isoladamente. Devido a falta de organização, de compromisso e de respeito a milhões de brasileiros eles estão perdendo a credibilidade e os alunos a chance de ingresso em uma faculdade. Errar é humano, algumas coisas fogem a domínio do ser humano, mas errar duas vezes? Isso já tá virando rotina. A obrigação deles é antes de promover algo tão maravilhoso na teoria, ter o mínimo de preparo para realizá-lo na prática. Não sei o que me espera, nem quais decisões serão tomadas. Mas realmente tenho a esperança que o melhor para todos será levado em consideração. Agradeço a minha futura colega, assim eu espero, Karla de Almeida Miranda Maia, por dar o primeiro passo rumo a essa conclusão.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Enfim, após anos de vida escolar o dia chegou. É complicado pensar que você pode ter sido excelente aluna a vida toda, mas UMA prova vai decidir a sua vida daqui pra frente. Trata-se de algo muito incerto, talvez a prova não esteja moldada pra você, o nervosismo pode falar mais alto, você pode não estar num bom dia. A questão é que não tem volta, é fazer e fazer muito bem. Mas é positivo pensar que eu estou bem, ciente de que tudo que eu poderia ter feito eu fiz. Estar tranquila e bem consigo é 50% da prova, e isso eu sou capaz de controlar. Se não for dessa vez, outras oportunidades virão e embora seja bem clichê é porque ainda não era o momento. Achei interessante a dinâmica feita hoje, fazer uma máscara de um colega e deixar que ele faça em você é sentir o contato com o outro, perceber que todos estamos no mesmo barco e o mais importante que você pode ter confiança no outro e que ele torce por você. Isso te deixa mais confiante.
Segurança, tranquilidade, concentração, interpretação, leitura, estado de espírito, fé em algo maior são palavras que irão fazer o meu fim de semana.
Segurança, tranquilidade, concentração, interpretação, leitura, estado de espírito, fé em algo maior são palavras que irão fazer o meu fim de semana.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Patos de Minas progride
Novidade em cidade de interior que preze pela democracia cultural é coisa relativamente rara. Pois bem, fiquei surpreendida ao ver que os R$2,00 de tarifa para pela população patense para uso do ônibus finalmente estão sendo empregados para algo produtivo. A Pássaro Branco, única e exclusiva empresa de transporte urbano da cidade desenvolveu um projeto no qual a televisões - LCD, última geração - foram instaladas nos ônibus de principais rotas trazendo chamadas com notícias relacionadas à política, economia, sociedade e fatos diários. Ou seja, durante o seu "longo caminho" é possível ficar por dentro dos últimos acontecimentos do Brasil e do mundo. Se a tarifa não sofrer um leve reajuste nos próximos meses para a contínua modernização, é possível dizer que ainda resta uma esperança cultural e de aprimoramento crítico da população em um ambiente que muitas vezes peca pelo excesso de elitização e tendências.
sábado, 23 de outubro de 2010
Pensamentos da solidão
Nesta casa nunca houve um minuto no qual houvesse silêncio. Todos tinham as chaves, entravam e saiam constantemente. O tumulto era muito agradável para aquela menina, sentia-se completa diante de tanta movimentação. Eram os seus, era onde não havia maldade, lugar de solidariedade e contato. Criança não costuma pensar nas previsões do futuro, o agora é o importante, não existia para ela a ideia do passado e do que ainda estava por vir. Sonhava com o Natal, Ano Novo, período em que todos os familiares compartilhavam os fatos ocorridos durante todo o ano, momento em que podia se divertir com as primas, ver os tios em volta de uma mesa curtindo um baralho e gozando dos prazeres de se estar em família.
O que é visto como eterno um dia acaba. A menina cresceu, muitas coisas aconteceram, a visão pura de um ambiente familiar caiu por terra, hoje já conseguia enxergar nos seus muitos defeitos que antes estavam invisíveis. Era agora um ensaio para uma vida só. Não havia mais o cuidado de manter a casa cheia, não havia a preocupação com quem ficava quando todos saíssem. E nunca o silêncio foi tomado por tantas vozes. Eram barulhos do passado, de um tempo inocente que não volta mais. Talvez hoje, a vida sozinha comece a ter algum significado.
O que é visto como eterno um dia acaba. A menina cresceu, muitas coisas aconteceram, a visão pura de um ambiente familiar caiu por terra, hoje já conseguia enxergar nos seus muitos defeitos que antes estavam invisíveis. Era agora um ensaio para uma vida só. Não havia mais o cuidado de manter a casa cheia, não havia a preocupação com quem ficava quando todos saíssem. E nunca o silêncio foi tomado por tantas vozes. Eram barulhos do passado, de um tempo inocente que não volta mais. Talvez hoje, a vida sozinha comece a ter algum significado.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Converti a maresia em saudade
É engraçado pensar em algumas coisas da vida. Na maioria das vezes, esperamos ansiosamente por algo que está por acontecer, desejamos aquilo com toda força, idealizamos. Contudo, os fatos se concretizam e nem sempre você se sente tão completa quanto imaginava ficar. Tudo ocorre rápido que não conseguimos usufruir de tudo que planejávamos ou que podíamos. Seria tão bom ter o poder de saber exatamente o que deve ser feito, as melhores escolhas... Mas ao mesmo tempo, perderíamos a sensação de prazer que a dúvida e as experiências trazem. A vida é muito complexa, a transitoriedade do mundo algumas vezes incomoda. Não saber o que fazer e como agir, mais ainda. Você tem tudo para se sentir completa, mas os sentimentos nos traem com tanta força, somos ocos, vazios, uma fossa. E completamente confusos diante de várias sensações desconhecidas. E onde ficaria a saudade? Nem sei, acho que era um sentimento até então pouco conhecido por mim, mas sei que daria tudo para sentar novamente de frente para o mar, com as mesmas pessoas, com as mesmas atitudes, porém com um pouco mais de consciência de que foi a primeira e provavelmente a única vez.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
I
Na maioria das vezes que entro no computador, meu interesse é acima de tudo escutar e viajar em algumas músicas. Acho relaxante, interessante e através disso consigo manter o equilíbrio. Com absoluta certeza não há nada melhor que chegar em casa depois de um dia estressante e conturbado e deixar a mente fluir e ir a lugares inimagináveis a partir de certas canções. Cada um possui a sua válvula de escape, uns é sair andando sem rumo, ir ao cinema, usar o telefone, mas a minha é sentar, colocar um fone de ouvido e pronto. Isso me realiza. Acho incrível e muito rico o acervo musical brasileiro, as vezes músicas de anos atrás, da juventude dos meus pais são regravadas e ganham uma roupagem completamente diferente e moderna. E não perdem a essência, as letras maravilhosas e repletas de poesias. Isso talvez seja meio introspectivo e imaginário demais, mas ao ouvi-los é como se realmente houvesse uma conversa, aprendo com canções e em muitos dias elas me dizem muito do que eu preciso para o momento.Você apenas ouve, reflete e tira algum proveito diante do que foi dito. São amigas excelentes, te ajudam e não cobram nada em troca. Inteiramente gratuitas.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Hoje fiquei muito feliz com certos acontecimentos. Adoro ver gente jovem conquistando um espaço único no mercado de trabalho, ainda mais quando essa pessoa fez parte do meu crescimento enquanto estudante. Achei incrível ver que meu professor de português, por quem eu tenho uma enorme admiração está conquistando a tão sonhada realização profissional. Provavelmente não verei ele tão cedo depois do ano que vem, mas sempre na minha memória vou lembrar das contribuições que ele trouxe para minha futura vida profissional. Tive um amigo e sei que terei a figura de um grande conhecedor da linguagem e suas implicações por toda a vida. O que aprendemos e é significativo nunca é esquecido.
sábado, 25 de setembro de 2010
Desculpas
Sabe, existe uma teoria gramatical de que todo fato traz automaticamente uma explicação. Provavelmente isso é algo que só funciona no campo da linguagem, porque na vida nem sempre as coisas acontecem assim. Quantas coisas acontecem no nosso dia-a-dia e procuramos um motivo dos acontecimentos, mas nada parece se encaixar. É como um quebra-cabeça antigo, deixado em um baú, com peças faltando ou algumas estragadas. E parece que quando minha cabeça está a mil, pensando no futuro, no porque dos atuais acontecimentos do nada uma canção aparece pra apaziguar as coisas. Me mostra como tudo é passageiro, como a vida é cheia de idas e vindas. O mundo é tão transitório que eu prefiro não me apegar muito as coisas, porque o sofrimento depois é maior e de nada adianta querer o agora pra sempre. Ele nunca é eterno. Aliás, nada é eterno, não existe essa. Tudo efêmero e por mais que eu seja uma racionalista nata, em alguns momentos as coisas escapam da minha mão e isso não me faz bem. Ainda bem que eu tenho um bom senso de humor e sei levar as trapaças da vida na brincadeira. Se não seria bem mais amargurada do que já sou. Enfim, sentido não existe, meus sentimentos nunca tem sentido. Fica um fragmento da música que numa noite de sexta me deu um up, mesmo diante de tanto pessimismo:
"Nunca é difícil se fazer passar por outro rosto
Mas no meu caso eu estou ciente de farsantes loucos
Estou começando o meu caminho, aí decido hoje e sempre
Nunca se iluda faça só o certo, aproveite o momento"
"Nunca é difícil se fazer passar por outro rosto
Mas no meu caso eu estou ciente de farsantes loucos
Estou começando o meu caminho, aí decido hoje e sempre
Nunca se iluda faça só o certo, aproveite o momento"
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Para quê abstrações?
Uma das minhas características mais marcantes é o senso de observação e minha capacidade de percepção. Encho a boca para dizer estes meus atributos, mas muitas vezes sinto uma raiva enorme ao pensar neste presente de grego que os astros me concederam. Desculpem pelo tom pejorativo que 'grego' acaba de assumir acima. As coisas acontecem na minha vida e eu desfruto dos prazeres delas durante um intervalo mínimo de tempo, já que meu complexo pela realidade e a intensa mania de observar, avaliar e perceber, nesta sequência, corrompem as minhas abstrações. Odeio ideias abstratas, utópicas, porque são impossíveis de concretização, fogem do plano palpável. Elas são capazes de criar a mente dos romancistas, que idealizavam tudo e viviam neste mundo de admirar e se satisfazer apenas com essa migalha fantasiosa. Muitos defenderiam o mundo das fantasias "nele você pode ser quem quiser", "na imaginação tudo é possível". Uma ova, recorra a realidade, pense no concreto por um minuto que ele te mostrará que tudo isso não passa de idealizações da sua mente. Mas o que me deixa mais indignada é pensar -e agora caio em uma completa incoerência - que eu termino este texto, a raiva passa, as abstrações aparecem maliciosamente novamente e uma hora meu instinto de realismo me dará uma nova rasteira onde o tombo mais uma vez será grande. Enfim, é um ciclo vicioso inevitável.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Sempre fora uma mulher fria, não mostrava sentimentos. Se ia a um velório, permanecia intacta, não derramava uma só lágrima, até mesmo quando o morto era algum parente próximo. Nunca, sempre mantinha a racionalidade. Tivera uma vida difícil, criada em fazenda, sem muita oportunidade de estudo, mas tinha uma inteligência que nenhuma escola seria capaz de desenvolver, a não ser a vida.
Hoje encontrava-se ansiosa, já que para ela era importante prestigiar os eventos culturais que sua irmã mais velha promovia. É possível perceber o porque dessa atitude, sendo sua irmã, sangue do seu sangue, ela via tudo que um dia sonhou em ser na vida nela e se sentia realizada com suas conquistas, era como um reflexo.
A família toda daquela senhora a acompanhou ao evento. Ali ela encontrou suas duas irmãs, ambas casadas e de súbito uma nostalgia tomou conta do seu ser. Isso era visível apenas por quem a conhecesse muito bem, talvez por alguém que estivesse grandes semelhanças com aquela jovem senhora.
Ao longe, como um fundo musical, um bolero tocava e criava no ambiente um contexto de décadas passadas. Dois casais, no espaço em frente ao palco, flutuavam em uma dança intensa. A senhora se virou e em seus olhos se via uma explosão de sentimentos. Talvez saudades, pezar, mas acima de tudo uma alegria de se imaginar também ali, nos braços de alguém que outrora lhe proporcionara as danças mais belas de sua vida...
Foi a única vez que vi o escudo no chão e uma lágrima dolorosa cair dos olhos de minha avó.
Quando jovem, cultivava uma arte: a dança. Adorava ir a bailes e ali permanecer até quando fosse possível, deliciando o bolero com bons parceiros. Era a alegria de sua juventude e foi nesta alegria que encontrou o companheiro eterno de sua vida, pelo menos eterno enquanto o amor durou.
Fazia cerca de doze anos, era viúva. Não contrariando sua personalidade, mantinha no guarda-roupa apenas uma camiseta azul de seu marido. Quando a saudade chegava a um limite impossível de manter a aparência sólida, discretamente pegava o cabide, sentia o cheiro de seu homem, relembrava bons momentos e voltava aos seus afazeres.Hoje encontrava-se ansiosa, já que para ela era importante prestigiar os eventos culturais que sua irmã mais velha promovia. É possível perceber o porque dessa atitude, sendo sua irmã, sangue do seu sangue, ela via tudo que um dia sonhou em ser na vida nela e se sentia realizada com suas conquistas, era como um reflexo.
A família toda daquela senhora a acompanhou ao evento. Ali ela encontrou suas duas irmãs, ambas casadas e de súbito uma nostalgia tomou conta do seu ser. Isso era visível apenas por quem a conhecesse muito bem, talvez por alguém que estivesse grandes semelhanças com aquela jovem senhora.
Ao longe, como um fundo musical, um bolero tocava e criava no ambiente um contexto de décadas passadas. Dois casais, no espaço em frente ao palco, flutuavam em uma dança intensa. A senhora se virou e em seus olhos se via uma explosão de sentimentos. Talvez saudades, pezar, mas acima de tudo uma alegria de se imaginar também ali, nos braços de alguém que outrora lhe proporcionara as danças mais belas de sua vida...
Foi a única vez que vi o escudo no chão e uma lágrima dolorosa cair dos olhos de minha avó.
sábado, 4 de setembro de 2010
Clube de Leitura de Jane Austen
O texto de hoje é na realidade uma dica. Cheguei na locadora e tinha direito a um DVD brinde, diante de tantas opções 'água com açúcar', excelentes para uma sexta solitária e caseira, um me chamou a atenção pelo título: O Clube de leitura de Jane Austen. Na realidade nunca li nenhuma obra dessa escritora, mas acho os títulos dos livros muito interessantes. Peguei e confesso que não botei muita fé no filme, comecei a assisti-lo um tanto quanto neutra e me apaixonei. Ele é, digamos, um romance, no qual as histórias se constroem e refletem os livros de Jane. A trilha sonora é deliciosa, as personagens cheias de charme, com personalidades diversas e é claro uma divulgação incrível e descontraída de Austen. Plagiando, "Uma trama divertida e que funciona como uma engrenagem cuidadosamente montada." Tive uma vontade imensa de participar de um clube de leitura e estou altamente interessada em descobrir os segredos dos livros de Jane.
Fica a dica e a certeza de que uma leitura pode sim ser capaz de mudar circunstâncias e pensamentos.
Fica a dica e a certeza de que uma leitura pode sim ser capaz de mudar circunstâncias e pensamentos.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Minha grande amiga Marina Silva sacaneou comigo hoje. Os colégios Marista da província Brasil Centro-Norte, promovem uma campanha política maravilhosa, com debates com os candidatos e a primeira a ser escolhida resolve dar o bolo? Imprevistos... tá eles realmente acontecem, mas ainda assim é possível contornar as coisas. Fiquei frustrada. Pontualidade para um futuro presidente do Brasil - quem sabe - é algo importante. E consideração com os jovens brasileiros, os que mais apoiam ela, mais ainda. Depois de hoje, cogito a possibilidade de repensar meu voto.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Acho que ando com problemas. Eu sou uma pessoa super fria e ultimamente ando tão sentimental. As coisas simples, sem nobreza nenhuma andam me agradando tanto. Tenho gostado de elogios, coisa que eu preferia não ouvir. Somos tão vulneráveis, oscilamos tanto de humor, a transitoriedade não é apenas do mundo, é de nós mesmos, é subjetiva. E somos tão cegos quando dizemos que ciclano inconstante, se pararmos pra pensar todos nós somos. Só oscilamos com frequências diferentes, afinal, somos singulares. Acho que estou bem, cheguei ao ponto de quase conseguir fazer um poema hoje... Não sei escrever poemas.
As palavras parecem que andam me perseguindo, ouço algo interessante tenho uma vontade enorme de passar para o papel, de deixar a mente fluir, de concretizar a ligação entre meu cérebro e a minha mão. O ano nem acabou, as realizações não foram efetivadas, mas eu vejo nitidamente a sua dualidade. Marco de julho, exatamente uma antes, outra depois. As palhaçadas andam aparecendo sem muito esforço, tenho gostado de escola, tenho conversado com gente que nem ousava falar, tenho gostado de contato. Isso é muito estranho, mas vou me permitir uma vez na vida curtir o que se passa comigo, no presente, sem pensar no tombo que talvez possa chegar no futuro. Sem problemas, descobri que sou capaz de reverter situações desfavoráveis. O futuro eu sou capaz de modificar e escrever diferente.
As palavras parecem que andam me perseguindo, ouço algo interessante tenho uma vontade enorme de passar para o papel, de deixar a mente fluir, de concretizar a ligação entre meu cérebro e a minha mão. O ano nem acabou, as realizações não foram efetivadas, mas eu vejo nitidamente a sua dualidade. Marco de julho, exatamente uma antes, outra depois. As palhaçadas andam aparecendo sem muito esforço, tenho gostado de escola, tenho conversado com gente que nem ousava falar, tenho gostado de contato. Isso é muito estranho, mas vou me permitir uma vez na vida curtir o que se passa comigo, no presente, sem pensar no tombo que talvez possa chegar no futuro. Sem problemas, descobri que sou capaz de reverter situações desfavoráveis. O futuro eu sou capaz de modificar e escrever diferente.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Não preciso de título.
Descobri uma nova paixão:
Cecília Meireles. Não resisti e tive que colocar esse poema aqui, talvez porque se encaixe perfeitamente a mim.
"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno."
Cecília Meireles. Não resisti e tive que colocar esse poema aqui, talvez porque se encaixe perfeitamente a mim.
"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno."
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
-
O ser humano além da não utilização adequada e circunstancial da linguagem, não sabe também interpretá-la. Não sei se já pararam um minuto para pensar ou vivenciaram situações nas quais uma interpretação errada do que foi dito pode ter como consequência o fim de ilusões ou coisa pior. Por que queremos tanto ver além do que é dito, fazer duplas interpretações? Analisamos poemas, letras de canções, cartas ou até simples conversas; queremos mais que a objetividade, chegamos as vezes a distorcer falas para adequa-las ao que necessitamos no momento. Nós somos carentes, necessitados de afeto, palavras significativas, diálogos, frases que mostrem como somos importantes... Não quero parecer extremista, embora saiba que talvez seja pois os sentimentos, mesmo que não notemos, são radicais e quando escrevemos inevitavelmente isso transparece. Mas fato é que atualmente o tempo tem nos tomado algo que não devia ser colocado em segundo plano: o contato. Estamos tão vazios que manipular a linguagem ao nosso favor foi a forma encontrada para em 5 minutos desfrutarmos do tato acolhedor, do prazer de termos significado. Como seria bom termos o dom - embora acredite que realmente na sua existência - de pausar o tempo para realizarmos alguns ajustes de forma concreta, não banalizando a linguagem, antes que seja tarde de mais. O que realmente precisamos é de sintonia.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Entrelinhas Pessoais
Eram cerca de 6 horas, me encontrava no ponto do ônibus e embora fosse horário de pico, todos saindo do trabalho, sentada naquele banco se si via eu e meus pensamentos. Ao redor, conseguia ver toda cidade se mexendo, agitada, com todos os faróis de carro, ônibus e caminhões. Apesar de toda essa movimentação, no raio em meu entorno tudo estava intacto e vazio. Passavam alguns ônibus, cada um com um tipo de passageiro, uns com estudantes outros com trabalhadores braçais... Mas nenhum parecia ser capaz de me levar a algum destino atrativo, as rotas não coincidiam com meu estado de espírito. Eis que consumida pelos meus pensamentos ouvi uma voz ao longe:
- Olá, será que poderia me informar se o ônibus para o Bonfim já passou?
Nunca tinha me deparado com aquele homem, era uma figura interessante. Não respondi, mas lembro-me bem que sentou ao meu lado. Começou a falar das coisas da vida, arte, filosofia, e tantas outras coisas racionais. Aquele homem fez o meu tempo de espera valer a pena, nem vi o tempo passar, estava tão hipnotizada que mal sabia o real motivo de estar ali. Contudo, parecia que após nossa conversa eu me sentia bem, completa, produtiva, mesmo que tenha durado não mais que vinte minutos. Um ônibus se aproximou, meu companheiro como se me conhecesse há anos me convidou para um café, um prolongamento daquela conversa que não tínhamos fazia tempo. Eu não tinha destino, objetivo ou qualquer rota pré estabelecida naquele momento. Sem hesitar apertei a sua mão e hoje tenho convicção de que não preciso ter arrependimento da conversa com este desconhecido amigo que me permitiu uma outra realidade que não a monotonia.
- Olá, será que poderia me informar se o ônibus para o Bonfim já passou?
Nunca tinha me deparado com aquele homem, era uma figura interessante. Não respondi, mas lembro-me bem que sentou ao meu lado. Começou a falar das coisas da vida, arte, filosofia, e tantas outras coisas racionais. Aquele homem fez o meu tempo de espera valer a pena, nem vi o tempo passar, estava tão hipnotizada que mal sabia o real motivo de estar ali. Contudo, parecia que após nossa conversa eu me sentia bem, completa, produtiva, mesmo que tenha durado não mais que vinte minutos. Um ônibus se aproximou, meu companheiro como se me conhecesse há anos me convidou para um café, um prolongamento daquela conversa que não tínhamos fazia tempo. Eu não tinha destino, objetivo ou qualquer rota pré estabelecida naquele momento. Sem hesitar apertei a sua mão e hoje tenho convicção de que não preciso ter arrependimento da conversa com este desconhecido amigo que me permitiu uma outra realidade que não a monotonia.
domingo, 25 de julho de 2010
O que foi feito das músicas com cara de manhã de domingo, cheia de malemolência e poesia? Cadê a nova geração de Cazuza, Caetano, Gil, Rita Lee, Chico Buarque? Pior é que eles existem e somos tão tomados pela era funk, pop, sertanejo que não nos damos conta de quanta coisa maravilhosa pode chegar aos nossos ouvidos. Culpa de quem? Nem saberia dizer... Talvez nossa, devido ao conformismo, sim, somos a geração conformismo, aceitamos apenas aquilo que nos é mais simplório. Não o simplório poeta, e sim o simplório esdrúxulo. Refrões com composições mais simples são mais perceptíveis, não dão trabalho para se gravar a letra, não necessitam de inteligência para decifrá-los. Quanta burrice e falta de sensibilidade. Deveríamos levantar a bandeira das bandas independentes, das que fazem arte por pura arte, daquelas que são corajosas ao ponto de não se importar com o fato de não serem aquilo que as gravadoras se interessam e nadam contra a corrente. Aparecem em pequenas manifestações mas gritam ao mundo palavras lindas, canções clássicas, poesia pura. Onde está a televisão neste ponto? Se preocupam em divulgar modinhas. Quer coisa mais retardada que modinhas? Burro deles, coisas ruins e comuns são passageiras, apenas o que é raro fica. Conheçam Ana Cañas, Movéis, Maria Gadú, Diego Moraes, Natiruts, Vanessa Da Mata, Zeca Baleiro, Vander Lee, Los Hermanos e tantos outros que eu gastaria a tarde toda para citar. Esses sim estão preocupados em cantar para denunciar, para serem ARTISTAS. E é claro, não poderia deixar de apelar para que não deixemos os nossos antepassados serem esquecidos, nem muito menos trocados por aqueles que usam a música para banalizar sentimentos incríveis como amor, sensibilidade, raiva, medo, espírito trasgressor. Não sou hipócrita a ponto de dizer que não ouço funk e esses pop's de hoje, escuto sim, mas admito que não carregam nenhuma mensagem. E termino com uma certeza, os grandes poetas em circunstâncias como a da música hoje, reviram na cova.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Qual o problema da masculinidade?
Definitivamente homens não sabem lidar com situações complicadas. Podem até aparentemente manter o domínio da situação, mas lhes garanto que existe uma mulher por traz deles, segurando as pontas. FATO!
Não é atoa que ultimamente tem sido divulgado na televisão uma campanha relacionada ao fato de que os homens não se cuidam. Por que esperar a hora crucial de uma enfermidade para procurar auxílio medico? Eu respondo, com absoluta certeza, porque é covardia admitir que um marmanjo como eles estão passando por um momento complicado que foge ao seu controle. Pelo menos isso na visão deles. Sejamos coerentes, as mulheres neste ponto apresentam muito mais atitude. Vão ao ginecologista regularmente, se observam que algo não esta legal com o seu metabolismo, logo procuram ajuda médica. Talvez possa ser zelo demais, isso esta no instinto feminino, mas graças a essa enorme preocupação, as mulheres conseguem diagnosticar seus problemas muito antes do problema se alarmar.
Outro ponto que tenho que abordar, está ligado ao que me motivou a escrita deste texto hoje. Pessoal, as pessoas gritam ao mundo a falta de acessibilidade para os deficientes físicos em nossa sociedade, e eu concordo perfeitamente. Mas como, considerando o mal do seculo, a obesidade, nos esquecemos de fornecer infra-estrutura adequada aos gordos? Por favor, é lamentavel um profissional do SAMU chegar em uma casa para prestar serviço PÚBLICO a um paciente, sem objetos e manuseios necessários a um obeso. Vamos levantar a bandeira a favor da inclusão dos obesos socialmente também, não é tão gritante quanto os problemas relacionados aos deficientes físicos, mas se continuar da forma que tá, a tendência é só piorar.
Bom, este texto foi meio sem pé nem cabeça, mas eu fico tão p. diante de algumas coisas que percebo que preciso extravasar de alguma forma. Normalmente os homens não frequentam o meu blog, mas se chegarem a ler este texto, lembrem-se FAÇAM EXAMES PERIODICAMENTE E SE A SITUAÇÃO ESTIVER COMPLICADA NÃO TENHAM VERGONHA DE ADMITIR!
Obrigada!
Não é atoa que ultimamente tem sido divulgado na televisão uma campanha relacionada ao fato de que os homens não se cuidam. Por que esperar a hora crucial de uma enfermidade para procurar auxílio medico? Eu respondo, com absoluta certeza, porque é covardia admitir que um marmanjo como eles estão passando por um momento complicado que foge ao seu controle. Pelo menos isso na visão deles. Sejamos coerentes, as mulheres neste ponto apresentam muito mais atitude. Vão ao ginecologista regularmente, se observam que algo não esta legal com o seu metabolismo, logo procuram ajuda médica. Talvez possa ser zelo demais, isso esta no instinto feminino, mas graças a essa enorme preocupação, as mulheres conseguem diagnosticar seus problemas muito antes do problema se alarmar.
Outro ponto que tenho que abordar, está ligado ao que me motivou a escrita deste texto hoje. Pessoal, as pessoas gritam ao mundo a falta de acessibilidade para os deficientes físicos em nossa sociedade, e eu concordo perfeitamente. Mas como, considerando o mal do seculo, a obesidade, nos esquecemos de fornecer infra-estrutura adequada aos gordos? Por favor, é lamentavel um profissional do SAMU chegar em uma casa para prestar serviço PÚBLICO a um paciente, sem objetos e manuseios necessários a um obeso. Vamos levantar a bandeira a favor da inclusão dos obesos socialmente também, não é tão gritante quanto os problemas relacionados aos deficientes físicos, mas se continuar da forma que tá, a tendência é só piorar.
Bom, este texto foi meio sem pé nem cabeça, mas eu fico tão p. diante de algumas coisas que percebo que preciso extravasar de alguma forma. Normalmente os homens não frequentam o meu blog, mas se chegarem a ler este texto, lembrem-se FAÇAM EXAMES PERIODICAMENTE E SE A SITUAÇÃO ESTIVER COMPLICADA NÃO TENHAM VERGONHA DE ADMITIR!
Obrigada!
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Acredito que dentre os meus inimigos o maior deles é meu interior. Possui uma capacidade imensa de me revirar, destruir e acima de tudo de me perder. São tantas transformações que as vezes sinto perder minha identidade. A cobrança não vem dos outros, não vem dos meus pais, das pessoas que estão ao meu redor, vem de mim mesma. Vem da minha alma que esta aflita em busca de certezas, identidade, felicidade. Mas acima de tudo, uma esperança, que nem sei mesmo de onde vem, me traz uma certa certeza que no final tudo dará certo. Afinal fomos criados para isso, para termos certeza de que não importa as angustias, no final, tudo estará claro e certo. Esse futuro eu tenho ansia de encontrar.
Procuro tratar as coisas com naturalidade, mas infelizmente não condiz comigo essa personalidade. O desespero é peça fundamental na minha vida. Estourar, chorar, esperniar... Talvez mesmo, seria preciso que eu fizesse da seguinte frase a minha filosofia de vida:
"Crer é muito monótono, a dúvida é apaxonante." Oscar Wilde
...
Procuro tratar as coisas com naturalidade, mas infelizmente não condiz comigo essa personalidade. O desespero é peça fundamental na minha vida. Estourar, chorar, esperniar... Talvez mesmo, seria preciso que eu fizesse da seguinte frase a minha filosofia de vida:
"Crer é muito monótono, a dúvida é apaxonante." Oscar Wilde
...
segunda-feira, 28 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Feliz Aniversário
Aaa, parem, a generalização e o conformismo nos deixam a par de coisas lindas como essas:
"Feliz Aniversário, luz dos olhos meus
são os meus ardentes votos
feliz aniversárioo pra você.
Que esta dada se repita muitos anos
cheia de alegria e de prazer
é esse o meu presente
Feliz Aniversario pra você. "
e ainda tem gente que por falta de conhecimento da cultura brasileira, ainda insiste em cantar o famoso Parabéns pra voce nessa data querida... sem um pingo de emoçao e ternura. Eu até então fazia parte dessa massa.
"Feliz Aniversário, luz dos olhos meus
são os meus ardentes votos
feliz aniversárioo pra você.
Que esta dada se repita muitos anos
cheia de alegria e de prazer
é esse o meu presente
Feliz Aniversario pra você. "
e ainda tem gente que por falta de conhecimento da cultura brasileira, ainda insiste em cantar o famoso Parabéns pra voce nessa data querida... sem um pingo de emoçao e ternura. Eu até então fazia parte dessa massa.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Nunca esperem que seus amigos vão dizer as palavras que vocês querem ouvir. Nem muito menos procurem isso, afinal é falsidade. Reflitam: dizer aquilo que você quer ouvir é o mesmo que passar a mão na cabeça, afirmar e omitir o erro. Amigos de verdade são aqueles que consguem enxergar que algo está errado e procuram abrir os olhos do outro, mostar a realidade quando necessário; por mais que as palavras em um discurso como este sejam duras e de dificil absorção. Mas é um mal necessario e quem dera se todos nós conseguissemos aceitar e refletir em cima do que foi dito. Amigo é aquele que tem a coragem de te dizer o que muitos dizem, porém não falam abertamente com você e ao mesmo tempo apresentam um outro lado do que foi colocado em questão. E outra, se ele realmente tiver a ousadia de procurar abrir seus olhos sinal é de que ele acredita na amizade, afinal, pressupoem que mesmo após uma apunhalada no peito saberá que você irá refletir e ao menos considerar a hipotese do que foi dito e que depois de tudo, as coisas voltaram ao normal.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Crônica I
Era para ser um maio qualquer, com a sua monotonia se não fosse pela simples circunstância que me fazia o convite ousado de reviver o passado. Vi minha alma palpitar quando sentada a espera do metro, me apareceu de súbito quem não via a muitos anos. Foi impressionante como após cerca de 15 anos aqueles olhos conseguiam me abalar, eram os mesmos da juventude, repletos de voracidade e intensidade. Lembro-me exatamente de suas palavras...
Incrível mas o que me disse parecia ter saído da minha boca, pois se aplicava perfeitamente a mim; sim, ainda estávamos em sintonia.
Me deu um cartão: telefone e endereço.
Previsível e confirmado, a tentação de ter a chance de continuar algo até então esquecido parecia martelar em minha mente com toda a força possível. O que fazer? Já haviam se passado anos e tanta coisa havia mudado, hoje me via casada, filhos, vida profissional encaminhada e estabilizada em todos os aspectos. Contudo faltava algo: as turbulências de um relacionamento juvenil, o amor carnal, possessivo, a briga e a reconciliação simultânea.
Suspirei, a quanto tempo não me via neste tipo de situação entre a razão e a emoção.
Maldita consciência, a mãe da prudência, em momentos como este ela deveria silenciar, permitir que somente a emoção com toda sua atitude impulsiva se manifestasse.
Resolvi me levantar. Deveriam ser cerca de 11 horas, meu marido já dormia e as crianças estavam na cama fazia um bom tempo. Fui ao closet escolhi a roupa mais delicada, talvez a mais simples dentre as que ali estavam. Desci as escadas, peguei o cartão e telefonei pedindo que ele tivesse paciência e aguardasse mais um tempo...
Com uma taça de vinho na mão, bati na porta ( simples força do hábito), me atirei em uma cadeira próxima a uma escrivaninha. Dentro desta, no fundo de um baú retirei uma fotografia, bem envelhecida devido a falta de luminosidade e ação do tempo. Visualizei um lindo casal, aparentemente estavam muito felizes, eram novos e gozavam da beleza da juventude. Talvez fosse bom permanecer ali durante alguns minutos, bebendo recordações e saboreando um vinho com o gosto amargo da lucidez.
Incrível mas o que me disse parecia ter saído da minha boca, pois se aplicava perfeitamente a mim; sim, ainda estávamos em sintonia.
Me deu um cartão: telefone e endereço.
Previsível e confirmado, a tentação de ter a chance de continuar algo até então esquecido parecia martelar em minha mente com toda a força possível. O que fazer? Já haviam se passado anos e tanta coisa havia mudado, hoje me via casada, filhos, vida profissional encaminhada e estabilizada em todos os aspectos. Contudo faltava algo: as turbulências de um relacionamento juvenil, o amor carnal, possessivo, a briga e a reconciliação simultânea.
Suspirei, a quanto tempo não me via neste tipo de situação entre a razão e a emoção.
Maldita consciência, a mãe da prudência, em momentos como este ela deveria silenciar, permitir que somente a emoção com toda sua atitude impulsiva se manifestasse.
Resolvi me levantar. Deveriam ser cerca de 11 horas, meu marido já dormia e as crianças estavam na cama fazia um bom tempo. Fui ao closet escolhi a roupa mais delicada, talvez a mais simples dentre as que ali estavam. Desci as escadas, peguei o cartão e telefonei pedindo que ele tivesse paciência e aguardasse mais um tempo...
Com uma taça de vinho na mão, bati na porta ( simples força do hábito), me atirei em uma cadeira próxima a uma escrivaninha. Dentro desta, no fundo de um baú retirei uma fotografia, bem envelhecida devido a falta de luminosidade e ação do tempo. Visualizei um lindo casal, aparentemente estavam muito felizes, eram novos e gozavam da beleza da juventude. Talvez fosse bom permanecer ali durante alguns minutos, bebendo recordações e saboreando um vinho com o gosto amargo da lucidez.
domingo, 6 de junho de 2010
Hoje meu texto é de revolta. Revelo pra vocês, é complicado admitir que em pleno século XXI ser uma pessoa negra é difícil. Pessoal o que acontece com a nossa sociedade? Não, e o pior é o dado que eu refleti hoje. Das manifestações de preconceito racial que eu vivi, foram poucas eu sei, praticamente todas elas partiram de pessoas idosas. Numa boa, isso me deixa revoltada. Se pararmos pra analisar sociologicamente o fato encontramos respostas, sem duvida isso está ligado ao fato de que eles carregam consigo a visão conservadora de anos atrás, embora devo ressaltar vivam em um período no qual a escravidão já foi abolida a anos luz. Não adianta dizer que o preconceito racial não existe, me preocupa ver o quanto as pessoas estão alienadas ao fazerem este tipo de constatação.
O que eu vou dizer agora, poderia me comprometer, mas na teoria vivo num mundo com liberdade de expressão. Mas a vida é irônica demais, os idosos exigem que haja um sistema judiciário que lhes garantam bem estar e o mínimo de respeito devido a anos vividos por eles. Porem, ao pararmos para refletir percebemos que esta reivindicação é um tanto quanto dotada de impostura. Eles querem que existam leis protecionistas, mas não fazem o mínimo de esforço para garantir que a lei que assegura a introdução dos negros na sociedade seja cumprida. O preconceito parte na maioria dos casos deles. E me desculpem a exarcebada realidade, mas se fossemos fazer valer a lei que garante prisão a pessoas que manifestam racismo, as cadeias relativamente com uma boa quantidade de idosos. Ironia do destino perceber que pessoas tão dotadas de sabedoria e experiência de vida, ainda insistem em voltar a tona o pensamento de um período conturbado para a cultura negra.
O que eu vou dizer agora, poderia me comprometer, mas na teoria vivo num mundo com liberdade de expressão. Mas a vida é irônica demais, os idosos exigem que haja um sistema judiciário que lhes garantam bem estar e o mínimo de respeito devido a anos vividos por eles. Porem, ao pararmos para refletir percebemos que esta reivindicação é um tanto quanto dotada de impostura. Eles querem que existam leis protecionistas, mas não fazem o mínimo de esforço para garantir que a lei que assegura a introdução dos negros na sociedade seja cumprida. O preconceito parte na maioria dos casos deles. E me desculpem a exarcebada realidade, mas se fossemos fazer valer a lei que garante prisão a pessoas que manifestam racismo, as cadeias relativamente com uma boa quantidade de idosos. Ironia do destino perceber que pessoas tão dotadas de sabedoria e experiência de vida, ainda insistem em voltar a tona o pensamento de um período conturbado para a cultura negra.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Introversão
Talvez nem seja o que os outros veem em mim. Escudos? Crio-os constantemente. Aqui, não tenho medo de dizer que não me mostro, apenas me contenho.
Sabe, frequentemente dou conselhos para que os outros saibam que fazer o que a sociedade espera é burrice. Pura hipocrisia, dou conselhos que nem mesmo eu sigo. Alias, ninguém segue. Isso pode significar pessimismo, mas é a mais pura realidade, quem dera se pudéssemos ser livres e desencanados. Pudéssemos realmente mostrar nossa verdadeira face, sem medo, simplesmente por puro prazer. A vida seria bem mais leve se não existisse a palavra ponderação, ela estraga a arte que é a vida, nos limita. Felizes são os artistas, conseguem ter varias personalidades, se recriam a todo instante, são criativos.Convido a todos a beber, não no sentido restrito da palavra, mas em tomar e saborear o espírito transviado, subversivo; encontrar dentro de si algo jamais manifestado e gritar. Soltar o grito contido em um volume alcançável a distancias inimagináveis.
Sabe, frequentemente dou conselhos para que os outros saibam que fazer o que a sociedade espera é burrice. Pura hipocrisia, dou conselhos que nem mesmo eu sigo. Alias, ninguém segue. Isso pode significar pessimismo, mas é a mais pura realidade, quem dera se pudéssemos ser livres e desencanados. Pudéssemos realmente mostrar nossa verdadeira face, sem medo, simplesmente por puro prazer. A vida seria bem mais leve se não existisse a palavra ponderação, ela estraga a arte que é a vida, nos limita. Felizes são os artistas, conseguem ter varias personalidades, se recriam a todo instante, são criativos.Convido a todos a beber, não no sentido restrito da palavra, mas em tomar e saborear o espírito transviado, subversivo; encontrar dentro de si algo jamais manifestado e gritar. Soltar o grito contido em um volume alcançável a distancias inimagináveis.
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